sábado, 28 de setembro de 2019

Idealizar


Dê ao poema a poesia
Dê à letra a melodia
Dê à música a harmonia
Dê ao lírico o eu

No final de tudo, não lhe faltará nada?

Dê às flores o cheiro
Dê ao belo a beleza
Dê à arte a obra
Dê ao sonho a ilusão

No final de tudo não lhe faltará nada...

Dê à planta o verde
Dê à água o cristalino
Dê ao céu o azul
Dê ao mar as ondas
Dê à lua o brilho
Dê ao sol o calor
Dê ao dia a alegria
Dê à noite a calmaria

No final de tudo, não lhe faltará nada.

Dê à mulher o amor
Dê aos amigos a amizade
Dê para não faltar
Dê o verdadeiro sentido.

No final de tudo, não lhe faltará nada!

Enganadamente


Não gosto do vício
Mas adoro o hábito
Eu gosto do novo
Que se renova agora

Aquele que abre a cabeça
E faz a mente aguçar
À janela da sensação
De ser livre pra mudar,
                Experimentar e provar

Livre para ousar e escolher viver
Cada dia como único
Perto da vida
E longe da rotina do vício de viver

Dislexia


Um ser um tanto objetivo
É tão subjetivo quanto
Viver um sonho impossível

Só é possível
Quando sonhar com a vida
É realmente irreal

Mas a realidade das dúvidas certas
É melhor do que a certeza do erro real
Que mesmo à luz do Sol,
Vive na escuridão

Do frio na espinha quente
Que queima como gelo
Pra poder liberar vontade

Prender-se à liberdade
É ser livre preso
Mesmo podendo querer
Se quer o poder

Não adestra a esquerda
Num canhoto de direita
Pois os pares também são ímpares

Até um nada vira tudo
Quando o tudo não é nada

As diferenças que nos separam
São as mesmas que nos completam
É preciso superar as divergências
para seguirmos buscando a felicidade