sábado, 15 de maio de 2021

Alma

Calma,

Clama a alma.


Amá-la

Na lama,

Na cama,

Na maca,

Na mala.


Mas nada de amarrar na marra,

Na gana, na garra, na farra.


Pára!


Agarra a tara

Amarga na rala.


Acalma.

Aclama a alma!


Cala!


A mata, rara,

Vaga na falta;

Vara na farta.


Mas cara, mascara


Usa a túnica

Da única musa,

A música.


Tua lua luta

Diz tanto...

Luta tua lua


Distante e de instante.

Desistir de existir

Persistir, resistir.

domingo, 18 de abril de 2021

Carta Magna - Sinergia, União

Cuidado, se você um dia olhar pro chão e enxergar apenas suas pegadas. Às vezes, um e um são onze.

Dom supremo

Amar, verbo intransitivo.

Transitivo direta e indiretamente,

Com quem se transa ou 

Quem transa ativo.

passível e assimilável

De ações e de atitudes,

Vontades e desejos,

Sonhos e fantasias,

Delírios e loucuras,

Verdades e mentiras,

Barulho e silêncio,

Sacrifício e martírio,

Vivendo a vida

Não dizendo palavras

Demonstrando,

Não pensando,

Indo, nunca rindo, nunca iria

Pois só os fatos do presente contarão no futuro para avaliar o passado.

Empatia.

Amor - luz das virtudes, sopro de vida

Paciente, benigno, generoso, humilde, delicado, dedicado, tolerante, inocente, sincero.

Cego

Não vê a realidade ao redor

Mas quando fecha os olhos,

Mergulha num mundo de fantasias

Que só conhece e pode saber


Que consegue,

E somos nós,

Que não vemos de dentro

Triste de quem enxerga, mas não vê

E quando vê é sempre para fora de si


sendo assim, será melhor não ver?

Persistência

O perfil do tempo

É a persistência da memória

Como um relógio derretendo

ao longo da estória


Tão grande quanto sua irrelevância

Tanto menor é a sua importância


Como sempre foi, é e será maleável

Para nunca deixar de ser infindável


Uma vertigem surreal

Será um sonho ou é real?


Hoje será amanhã?


Não quero saber,

Nem vou me lembrar.

Só quero viver

Para à noite sonhar.

Carta Magna - Coincidência

Sincronicidade como coincidência significativa ocorre possivelmente devido à hierarquia dos arquétipos presentes no inconsciente coletivo do espírito do mundo, uma das essências da ligação entre a alma e o corpo. Telepatia intuitiva do instinto comportamental.

Figuras

Sonhei um sonho metalingüístico,

E esse pleonasmo vicioso

É para evitar o eufemismo


Era Carnaval em Recife

Escureceu na festa

Fantasiado de mendigo


Clareou às oito

Mas já era noite


Eu nunca sonhei com você

Sonhei que era teu preferido

Sem pensar no que foi que sonhei

E ter tempo pra sonhar

A paz que sonhei


Acordando

Qual das escolhas que fiz

Foram tão erradas pra ser infeliz

Onde perdi meu caminho

Que foi desenhado para eu percorrer


Quando que iria acontecer

De acordar e entender que é sozinho

Que se tem que ver

O que vier a ser

Que escolhas hei de ter


E seguir o primeiro instinto

E seguir o próprio destino

E viver a própria vida

Julgamento

Apesar da cicatriz em rasa lápide esculpida

São as boas recordações que registram as memórias

Pois como fantasmas que assombram são as estórias

Que deixam suas marcas em uma alma ferida.

Erro

Você era a certeza que não deu certo

Era a segurança que me deixou inseguro


Pra que deixar o que vinha à frente de lado

O que despertou os sonhos não vividos


Por que magoar com tamanha bondade

Se não deixará uma brecha pro reinício


Você era a pergunta que não terá resposta

Era o final que nunca haverá de ser escrito


Não se podem apagar as marcas deixadas pelos pregos que tocaram a nossa alma


Mas podemos escrever uma nova estória

Por sobre as feridas construídas no passado


Toda mágoa é uma prisão

Da qual só nos livramos

Pela força do perdão


Nada vem sem compreensão

Mas de braços abertos

Vem a redenção

O princípio é felicidade

 Na madrugada sem fim

Que se perde no infinito da escuridão

Onde até se pode ouvir o tilintar do brilho das estrelas

Tão imensa é a solidão


Que em desvario busca em palavras descrever

Todo o vazio que a preenche


Felicidade é algo que nunca se encontra, mas sempre se busca, nessa ordem


Não gasta tanta energia desperdiçando oportunidade

Guarda o suficiente pra não perder os bons tempos que nunca mais voltarão

Apesar de que outros bons ventos ainda virão


Feliz não é quem mais tem, mas quem menos precisa.

Ser feliz não é simples

Mas ser simples é ser feliz.


O que me faz mais feliz

É fazer feliz quem me faz.

A felicidade é fim

Vivemos num mundo onde as prioridades deixaram de ser prioridade. O que nos torna único no mundo não é o bastante. Os sentimentos, o caráter, a família, o pensamento, a personalidade.

 

Apesar de ser um discurso conservador, algumas tradições nunca mudam, pois são intrínsecas da cultura de uma espécie. A vida, como efêmera, foi-nos dada de presente para ser gozada.

 

Não caiamos, nem calhemos, no discurso do mundo melhor, do sucesso profissional, da realização pessoal. Tudo são fins para os meios que utilizamos a fim de chegar ao fim. Mas são esses meios que indicam quem somos e no que nos tornamos.

 

Afinal de contas, o que daqui levamos? Memória, consciência e passado? Porque aqui muito deixamos. Deixamos nossas recordações, nossas ciências e nossos atos. E, ainda, seremos lembrados por tudo isso, principalmente, pelos danos causados.

 

Pensemos, para que, assim, existamos. Existamos, porém, sejamos felizes. Afinal, esse é o fim que todos querem pro seu final.

 

É ter alguém não apenas para compartilhar os bons momentos, mas para poder contar nos tempos difíceis;

 

É ter forças para superar os obstáculos e não os ignorar, pois assim nos tornamos mais fortes;

 

É poder sorrir com o nada, sabendo que não se tem tudo, pois a felicidade não está perdida ou escondida por ainda, mas dentro de cada um;

 

Ser feliz é simplesmente ser você. Plenamente.

Dúvidas

 Em seus beijos sinto o milagre

Ardendo em forma de desejo


Molhando as palavras

Embriagado de paixão


Vejo

Assim como a terra tenta o céu através das árvores

Em uma ópera divina

Quando a brisa soa de longe aos ouvidos

Sussurrando seus segredos que na vida tentamos decifrar seus mistérios


Implorando por milagre

Sufocado por dúvidas

Delírios delirantes


Larga da espada

E se desarma da razão

Empunha-se de pincelada

Pra expurgar sua paixão


Desenha com luzes e sombras

O cheiro da relva nos tons da tela

Temporizar

 É por lá que olha,

Ao longe, tão perto,

Com guarda,

Por certo


Mas não vemos

Do lado de cá

O que se passa por lá

Apenas entendemos


Vendo a areia o mar beijar

E a luz do luar o encobrir

Quando o raio do sol areja