Cuidado, se você um dia olhar pro chão e enxergar apenas suas pegadas. Às vezes, um e um são onze.
domingo, 18 de abril de 2021
Dom supremo
Amar, verbo intransitivo.
Transitivo direta e indiretamente,
Com quem se transa ou
Quem transa ativo.
passível e assimilável
De ações e de atitudes,
Vontades e desejos,
Sonhos e fantasias,
Delírios e loucuras,
Verdades e mentiras,
Barulho e silêncio,
Sacrifício e martírio,
Vivendo a vida
Não dizendo palavras
Demonstrando,
Não pensando,
Indo, nunca rindo, nunca iria
Pois só os fatos do presente contarão no futuro para avaliar o passado.
Empatia.
Amor - luz das virtudes, sopro de vida
Paciente, benigno, generoso, humilde, delicado, dedicado, tolerante, inocente, sincero.
Cego
Não vê a realidade ao redor
Mas quando fecha os olhos,
Mergulha num mundo de fantasias
Que só conhece e pode saber
Que consegue,
E somos nós,
Que não vemos de dentro
Triste de quem enxerga, mas não vê
E quando vê é sempre para fora de si
sendo assim, será melhor não ver?
Persistência
O perfil do tempo
É a persistência da memória
Como um relógio derretendo
ao longo da estória
Tão grande quanto sua irrelevância
Tanto menor é a sua importância
Como sempre foi, é e será maleável
Para nunca deixar de ser infindável
Uma vertigem surreal
Será um sonho ou é real?
Hoje será amanhã?
Não quero saber,
Nem vou me lembrar.
Só quero viver
Para à noite sonhar.
Carta Magna - Coincidência
Sincronicidade como coincidência significativa ocorre possivelmente devido à hierarquia dos arquétipos presentes no inconsciente coletivo do espírito do mundo, uma das essências da ligação entre a alma e o corpo. Telepatia intuitiva do instinto comportamental.
Figuras
Sonhei um sonho metalingüístico,
E esse pleonasmo vicioso
É para evitar o eufemismo
Era Carnaval em Recife
Escureceu na festa
Fantasiado de mendigo
Clareou às oito
Mas já era noite
Eu nunca sonhei com você
Sonhei que era teu preferido
Sem pensar no que foi que sonhei
E ter tempo pra sonhar
A paz que sonhei
Acordando
Qual das escolhas que fiz
Foram tão erradas pra ser infeliz
Onde perdi meu caminho
Que foi desenhado para eu percorrer
Quando que iria acontecer
De acordar e entender que é sozinho
Que se tem que ver
O que vier a ser
Que escolhas hei de ter
E seguir o primeiro instinto
E seguir o próprio destino
E viver a própria vida
Julgamento
Apesar da cicatriz em rasa lápide esculpida
São as boas recordações que registram as memórias
Pois como fantasmas que assombram são as estórias
Que deixam suas marcas em uma alma ferida.
Erro
Você era a certeza que não deu certo
Era a segurança que me deixou inseguro
Pra que deixar o que vinha à frente de lado
O que despertou os sonhos não vividos
Por que magoar com tamanha bondade
Se não deixará uma brecha pro reinício
Você era a pergunta que não terá resposta
Era o final que nunca haverá de ser escrito
Não se podem apagar as marcas deixadas pelos pregos que tocaram a nossa alma
Mas podemos escrever uma nova estória
Por sobre as feridas construídas no passado
Toda mágoa é uma prisão
Da qual só nos livramos
Pela força do perdão
Nada vem sem compreensão
Mas de braços abertos
Vem a redenção
O princípio é felicidade
Na madrugada sem fim
Que se perde no infinito da escuridão
Onde até se pode ouvir o tilintar do brilho das estrelas
Tão imensa é a solidão
Que em desvario busca em palavras descrever
Todo o vazio que a preenche
Felicidade é algo que nunca se encontra, mas sempre se busca, nessa ordem
Não gasta tanta energia desperdiçando oportunidade
Guarda o suficiente pra não perder os bons tempos que nunca mais voltarão
Apesar de que outros bons ventos ainda virão
Feliz não é quem mais tem, mas quem menos precisa.
Ser feliz não é simples
Mas ser simples é ser feliz.
O que me faz mais feliz
É fazer feliz quem me faz.
A felicidade é fim
Vivemos num mundo onde as prioridades deixaram de ser prioridade. O que nos torna único no mundo não é o bastante. Os sentimentos, o caráter, a família, o pensamento, a personalidade.
Apesar de ser um discurso conservador, algumas tradições
nunca mudam, pois são intrínsecas da cultura de uma espécie. A vida, como
efêmera, foi-nos dada de presente para ser gozada.
Não caiamos, nem calhemos, no discurso do mundo melhor, do
sucesso profissional, da realização pessoal. Tudo são fins para os meios que
utilizamos a fim de chegar ao fim. Mas são esses meios que indicam quem somos e
no que nos tornamos.
Afinal de contas, o que daqui levamos? Memória, consciência
e passado? Porque aqui muito deixamos. Deixamos nossas recordações, nossas
ciências e nossos atos. E, ainda, seremos lembrados por tudo isso,
principalmente, pelos danos causados.
Pensemos, para que, assim, existamos. Existamos, porém, sejamos
felizes. Afinal, esse é o fim que todos querem pro seu final.
É ter alguém não apenas para compartilhar os bons momentos,
mas para poder contar nos tempos difíceis;
É ter forças para superar os obstáculos e não os ignorar,
pois assim nos tornamos mais fortes;
É poder sorrir com o nada, sabendo que não se tem tudo, pois
a felicidade não está perdida ou escondida por ainda, mas dentro de cada um;
Ser feliz é simplesmente ser você. Plenamente.
Dúvidas
Em seus beijos sinto o milagre
Ardendo em forma de desejo
Molhando as palavras
Embriagado de paixão
Vejo
Assim como a terra tenta o céu através das árvores
Em uma ópera divina
Quando a brisa soa de longe aos ouvidos
Sussurrando seus segredos que na vida tentamos decifrar seus mistérios
Implorando por milagre
Sufocado por dúvidas
Delírios delirantes
Larga da espada
E se desarma da razão
Empunha-se de pincelada
Pra expurgar sua paixão
Desenha com luzes e sombras
O cheiro da relva nos tons da tela
Temporizar
É por lá que olha,
Ao longe, tão perto,
Com guarda,
Por certo
Mas não vemos
Do lado de cá
O que se passa por lá
Apenas entendemos
Vendo a areia o mar beijar
E a luz do luar o encobrir
Quando o raio do sol areja