sexta-feira, 1 de maio de 2020

A Janela


Não há melhor forma
De te conhecer.
Através de teus olhos
Eu hei de te ver

Luz apagada que irradia incessante
Um brilho constante ofuscado pelos mistérios do ser

Janela fechada se abre pra si
Deixa sentir o teu gosto dentro de mim
Sê oceano, sê mar aberto
Ou mesmo, rio selvagem,
Virgem lagoana.

De prantos serenos
Nascente se faz
Uma cachoeira, uma foz
Em orvalho jaz

Brotando do rosto
Como da noite traz
Corre solto
Em orvalho jaz

A saudade do dia
Que veio pra ti
Quando lembraste que
Não era tarde o bastante pra sorrir.

Maria

Se inocência tivesse nome
Chamar-se-ia Maria
Menina dos olhos grandes
Maria te envolveria

Algo se eleva, singelo,
Como quem quase quer nada
Com seu sorriso, sincero.
Beleza em sua face estampada

Olhando sem desconfiança
Convida sua alma a conhecer
Toda pureza de uma criança

Seu abraço despretensioso,
Ensinando a viver
O coração desmancha

Descama, desnuda...

Sem calor
E sem força