segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mal irremediável

A vida mundana é apenas uma passagem de nossa energia no Universo. Quando a gente morre, o paraíso e o inferno resultam da consciência individual. Nós próprios nos julgamos. Deus há de julgar porque está em nós e somos nós. Daqui, partimos para outra.

A morte deve ser o último pensamento que passa como toda a vida pelos olhos, que vai definir se será sonho ou pesadelo. É o veredicto do castigo ou da bênção pelo auto julgamento que define o estado da alma. Não se sabe se vai morrer, se morreu, se voltará a viver. Sabe-se que se vivenciará outra realidade, conseqüência do que foi a vida, como uma reencarnação ao avesso. É como o milagre da finidade, como o desespero da efemeridade. É como o infinito do nunca e o incerto do nada.

Acredito no céu; também no inferno. Cada um que cave sua própria cova. Antes de partir, a energia da consciência vai pesar.

Energia positiva

Acredito que o Mártir era um cara que tinha bastante fé naquilo que fazia e, principalmente, acreditava que o que ele fazia era bom. Coração puro. E seus atos condiziam com sua mente. Isso o elevou espiritualmente para um nível de inteligência indiscutivelmente alto. Sua fé era tão grande que sua mente acreditava que tudo podia. E as coisas ao seu redor aconteciam.

Acredito que, como os Messias, todos somos iguais. Talvez meros mortais, indivíduos dotados de uma menor capacidade espiritual. Mas tão bem possibilitados de fazer o que quisermos. Não acredito no impossível. O impossível só existe até que alguém prove o contrário. Só existe em nossas mentes. As mesmas barreiras psíquicas que criam obstáculos em nossas vidas como caminho da salvação são as que impedem nossa evolução. Desafios de se destacar por um bem maior coletivo.

Acredito em reencarnação. A energia contida da vida após a morte em espíritos está por aí, vagando, e nós, quando aclamamos por ajuda, ela atende. Depende de nossa fé. Se realmente acreditarmos que essas pessoas olham por nós, acredito que nossa energia e pensamento positivos podem atrair suas forças para que o Universo conspire a nosso favor.

Não sou a favor de religião. Também não sou contra. Acho que tudo que nos faz bem é válido, desde que não faça mal aos outros. Mas não acho que é preciso estar sob muros de pedra para fazer contato imediato. Gratidão? Acho que a maior delas é determinada por atitudes, não por crenças.

Acredito que exista uma energia proveniente da força criadora do mundo. Ela está em todos nós e dela somos todos filhos. Fomos criados a sua semelhança, com direito a todos os seus poderes. É essa força que rege o mundo. E daí nosso poder de traçar nossos destinos e escolher nossos caminhos. Acredito que a vida seja feita de várias bifurcações, onde somos obrigados a tomar decisões.

Usamos pouco da mente. Amar a si é amar nossa criadora. Culpá-la é culpar a si mesmo. Aceitar que ela é responsável pelas coisas boas é uma crença. Que é omissa nas ruins, é ignorância. Você pode tudo naquilo que te criou. Após alguns meses, todas as células são trocadas. Regeneração. Nova vida; novo começo.

Sentimos energia. É um sentimento, assim como o amor. Diferente apenas por ser o sentimento maior do mundo – o clímax de todas as emoções, o maior nível de espiritualidade que podemos alcançar. Você não vê, tampouco toca, nem sequer escuta plenamente, mas mesmo assim sabe que está lá. É realidade. Todo momento é sagrado.

Podemos ter medo. Devemos ter medo. É um sentimento de auto-preservação. Desde que não se torne anormal. Pânico. Nossa melhor ferramenta é a fé. É a confiança que temos na crença de que o que nos assusta é um mito. Melhor devoção.

A fé positiva no desejo do presente leva a crença à realidade através do subconsciente. Ceticismo e resistência produzem o contrário, criam disposições desfavoráveis no sujeito. Independente, as coisas só parecem ruins até o momento que se tornam piores. É a lei da relatividade.

O homem tenta explicar tudo que ocorre ao seu redor, coisas da natureza, do Universo, da Criação, do futuro, só para se sentir grande. Mas grande mesmo só há um, e ninguém há de superar.

O paraíso nada mais é do que a energia positiva resultante da consciência tranqüila. Deixe a vida para a glória eterna. Acredite.

Nota: Tudo na vida

Tudo na vida é relativo. Tudo é início, meio e fim. Passamos pela juventude, maturidade e alguns ainda chegam à idade da reflexão. No começo somos meros aprendizes; depois passamos a ser usuários de nossos conhecimentos. Na fase final, usufruímos da experiência, tentando passar um pouco dela para os outros e, acredito, alcançamos um estágio onde nada importa além da vida.

Nesse cenário existem os críticos. Políticos, simpatizantes de uma ditadura democrática. Estão bem acostumados. É preciso endurecer. E quem sabe abrir mão de alguns direitos democráticos que ainda nos são reservados. Afinal de contas, que espécie de democracia é essa, onde oportunidades, liberdades e direitos nos são negados, dentro de nossa conjuntura atual?

Não entrarei nesses detalhes. Ainda. Virei cético. Não sei o que fazer. É mais fácil falar. Vou virar crítico.

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Um dos maiores conceitos já descobertos foi difundido pelo mestre da física. Da teoria da relatividade pouco conheço. Mas aprendi o mais importante. Tudo nessa vida é relativo.

Não existe um certo ou um errado. Tudo depende da força do argumento. O que é certo hoje, pode não ser amanhã. Não existe uma idéia fraca, mas um argumento falho. Não existem paradoxos na vida, mas sim momentos, pontos de vista, analogias.

Nesse quesito tentamos usufruir das coisas mais importantes da vida e, nela, não se enquadra o trabalho. Este é importante sim, engrandece o homem. Mas, independente, trabalhamos para viver. Não o contrário. Não deixe que o dinheiro seja seu dono. Busque o privilégio de poder se dar ao luxo de confundir trabalho e prazer. Poucas pessoas conseguem esse êxito.

A vida é relativa aos sonhos, onde somos livres para amar, seja ao próximo, seja ao que fazemos. Sejamos felizes. Somos comida de verme e devemos aproveitar ao máximo antes de sermos devorados. A beleza da vida está em descobrir seus mistérios, mas sem muita sede ao pote.

Carta Magna - Separação

Separamo-nos pelo ocaso do destino
Imprudência de nossas almas,
Como se fôssemos meninos,
Correndo de levar palmas.

Medo de exaltar sentimentos
Maiores que o coração,
E foi necessário um consentimento
Para machucar nossa união.

Haveria de ser diferente,
Se o Sol nascesse poente
E não fosse transcendente.

O fim, contudo, brotou;
O Sol, por sua vez, fracassou,
E o nosso amor, frágil, se afogou.

Mito do destino

Os mitos são a conseqüência dos arquétipos do inconsciente coletivo que foram reprimidos pela sociedade. Déjà vu? Quizás.

Os alquimistas afirmam que o universo, através de imagens e símbolos do inconsciente coletivo, conspira a nosso favor. Não podemos esperar que nossos objetivos caiam dos céus em nossas mãos; acredito que devemos fazer o impossível para conseguir o que desejamos. E quando atingirmos nosso limite, só aí, o destino revelará o que nos reserva. Então, saberemos, olhando pro passado e vivendo o presente, o que no futuro há de reserva.

A conquista vem a calhar como a recompensa por nossa vitória. E a derrota, se assim o for, é traçada por uma força maior que nos guia. Pois, felizmente, nem sempre o livre-arbítrio nos leva ao melhor lugar. As coincidências significativas ocorrem na medida em que a força divina dirige nossas vidas para um destino particular. Nada acontece por acaso, como no princípio da casualidade. Não existem coincidências. Sempre há uma proposição. Sincronicidade. Coincidência do destino.

Carta Magna - Escravidão

Sou seu escravo
Ofegante por seus desejos
Franzino pelo trabalho
Instigado pelos solfejos.

Arrumados por tua voz
Sabedoria que te conduz
Onerosamente e tão veloz
Fazendo-me jus.

Irritante é ser prostrado
Além dos limites alados
Sofrendo como mal-amado

Orgulho presunçoso nos levou
Ao fim de tudo e nos deixou
Invocados pelo que restou.

Ama-me doce,
Sabendo que não te esqueci,
Odiando não te ter
Falando o que não querer.

Irradiado pelo sol
Ausência de luz
Salientando em prol
Do Lorde diante da cruz.

Fastio hoje me toma
Insuflado me doma
Amor teu me ronda.

Verdadeira liberdade

Liberdade não é uma condição física. É uma situação mental da consciência. Cada pessoa constrói sua própria prisão através de processos em cadeia. Ficamos aprisionados em nossos pensamentos a partir do momento que nos limitamos a compreender apenas aquilo que está ao alcance de nossos sentidos. Como acreditar em algo que não é real?

Somos realmente livres para fazer nossas escolhas ou elas já foram traçadas e apenas precisamos decidir qual caminho seguir? Somos livres em pensamentos limitados em nossas ações.

Carta Magna - Campos Vastos

Não podemos nos prender aos paradigmas
Mas também não devemos ignorá-los

Sobretudo, devemos acreditar,
Mas saber a hora de desistir.

Às vezes não é esperto percorrer um caminho tortuoso
Quando há campos vastos ao seu redor.

Carta Magna - Pijama

Eu o tinha: velho, encardido, macio, confortável... até que um dia o elástico se partiu, e nunca mais meu sono foi o mesmo.

Magia dos sonhos

Preferimos o desejar ao desejo. A idéia de estar sempre no caminho de um sonho muitas vezes é melhor do que a própria conquista do objetivo desejado. Essa é a grande diferença entre conhecer e percorrer o caminho.

Há sonhos e sonhos. Divagações em devaneios oníricos. Desejos. Ambos recebem a mesma nominação. Talvez porque, no fundo, tudo que desejamos é um sonho. Ou tudo que sonhamos é um desejo. A ordem dos fatores nem sempre altera o resultado, mas os meios explicam os fins. As preliminares determinam o tamanho do orgasmo.

Sonhar é um despertar dos desejos. Os sonhos são reais enquanto duram. Isso torna a realidade um sonho. As imagens não são bem nítidas na idealização do modelo mental da preparação da alma. Esta vive de sonhos. É seu alimento. Transcendente em vida. Metafisicamente, somos filhos do infinito e herdeiros da eternidade. O tempo é uma ilusão. Não é algo que corre sempre no mesmo ritmo. Determinamo-lo.

Os sonhos que se têm precedentes são uma extravasão dos limites do pensamento, dando uma idéia de que não os pensamos ou que não fizeram parte de nosso passado. Ultrapassemos os limites do mundo. Nada que se faz pode ser mais ridículo do que não fazer. Quanto menos juízo, mais autêntico. A incapacidade de alcance só existe na crença da fraqueza.

Somos nossos maiores inimigos quando impomos dificuldades. Falta de tempo, certezas absolutas, vergonha, comodidade. A conseqüência é infeliz. A derrota só nos deixa um legado ruim: a covardia. Aceite as aventuras e não negue o extraordinário. Como a morte é certa, não temos nada a perder. Ouse. Use-a com astúcia para instilar coragem. Mas toda bravura merece prudência. A morte é sonho fora da vida. Somos apenas um lugar para se guardar as abstrações.

Nossos sonhos são um inconsciente pessoal. Temos poder para controlá-los? Nada acontece por acaso. A sincronicidade dos fatos aponta o destino. Então, como distinguir a realidade de um sonho? E o sonho de uma realidade?

Carta Magna - Explicação para o inexplicável

O amor quando nasce
É o sonho a realizar-se,
É o tempo sem impasse.
Mas o desejo incontrolável,
Atua de um modo afável,
Até ser infindável.

Mesmo quando é passado,
Se um amor é amado,
Ficará para sempre alojado.
Sem sair da lembrança,
Capaz de vingança
Até quando se cansa.

É ainda um concerto,
De onde se tira um enxerto
Para afinar um espeto.
Que a lenda irá lançar
Pro coração avariar,
Retrocedendo a acelerar.

Transformando a brasa em arrivista
Que para realizar a conquista
Perderia até a vista.

E ao entardecer...
Será que vai merecer?
Após o desconhecer...?

E numa noite de eclipse,
Enxerga a elipse
Na escuridão do apocalipse.

Mas para poder entender
Essa coisa chamada amor,
Só se empreender
Ao sentir muita dor.

Segredo de mago

A vida é cheia de mistérios. Cada um deles guarda consigo um segredo, que revela o próprio motivo de sua existência. Na mente humana, a consciência e suas diferentes formas – subconsciente e inconsciente – escondem diversas explicações para nossas atitudes.

Todas as nossas ações são reflexos de nossos pensamentos, mesmo instintivas. Corações devem ser munidos de boas intenções para que a alma se eleve e o espírito se materialize na concepção do que está no subconsciente; o julgamento alheio agride nossos sentimentos na mesma proporção que deteriora o semelhante. A reação é muito mais importante do que a ação que a desencadeia. O foco em si permite que nos conheçamos melhor, uma vez que não podemos controlar os outros.

Tudo gira em torno dos ideais: bem aventurança, amor ilimitado, inteligência infinita, poder inigualável, sabedoria perfeita, harmonia absoluta, beleza indiscutível, perfeição. Se erramos, continuamos a dança da vida. O melhor caminho a seguir vem sempre em frente, mas só andamos porque estamos acostumados. A autopunição é o pior dos infernos. Procura-se o perdão. Espanta-se a dor. Paz celeste. Perdoar é doar, é renunciar ao orgulho, a fim de remediar a cura da mágoa. Atitude egoísta. Condena a dor espiritual à física.

Ler os sinais que nos rodeiam e, principalmente, aceitá-los, possibilita uma compreensão instantânea do momento. A solução está sempre no próprio problema. Só é preciso que seja visto sob outros ângulos e diferentes óticas, para que não seja subestimado. Ou super. Poder escutar as respostas com o despertar da intuição e com os ruídos do presente, passado e futuro, nos permite ouvir os conselhos da vida.

Depois de tudo isso, o que fazer com nossas conquistas? Buscar as recompensas? A jovialidade espiritual deve ser o maior segredo para o entusiasmo. Mas a maturidade é a recorrência para a experiência. O equilíbrio é revelador.

O bem e o mal têm origem no pensamento e na intenção. O arrependimento é o maior pecado do mundo. A desculpa é uma virtude. Cada insight é um aprendizado que tornamos possível a nós mesmos através de ensinamentos.

O desejo leva à luta pelo sucesso. A frustração gera obstáculos na insegurança do medo. O mundo é visto com os olhos da imaginação. A idealização é melhor que a materialização; mas qual o real sentido das coisas?

Nota: Arte de escrever

Logo quando comecei a escrever, questionei-me a respeito do porquê desse monólogo. A intenção é compartilhar idéias, ideais, ideologias; filosofias, pensamentos, sentimentos. Discorrer sobre a vida e seus mistérios, o cotidiano, o diferente. Enfim, é tentar tornar-se uma pessoa melhor.

Algumas dessas idéias são minhas. Mas como nada se cria, apenas adaptamos a realidade aos nossos conhecimentos e tiramos nossas próprias conclusões. Outros pensamentos foram tirados de textos, alguns conhecidos, outros nem tanto. O bom da inteligência é que ela não tem barreiras cognitivas, mas sim liberdade experimental. Belo amigo da sabedoria que nada sabe e nem há de saber.

É engraçado como as pessoas vêem arte em tudo. Ou não a vêem em nada. Uns acham que tudo é manipulado pelo sistema, influenciado pela mídia, jogo de mercado; outros preferem a visão romântica e inocente, mas pura. Eu prefiro a visão onde o homem só é ele mesmo quando está só.

Todos têm um propósito quando fazem algo, e em cada propósito, existem intenções. Sejam elas primeiras ou segundas. Escrevo porque preciso. É uma necessidade de externar. A coisa mais importante na vida é fazer o que se gosta com paixão. Transformar angústia em satisfação; agonia em prazer; criar.

O artista existe para a arte. É a forma de liberar a energia interna que guarda dentro de si. Cabe aos interlocutores decifrar as entrelinhas e interpretar suas mensagens de acordo com cada reflexão. A discórdia é certa e positiva na discussão.

A mente gira ao redor de nosso subconsciente, que funciona como o impulso propulsor da vida, buscando maximizar os legados. Eis.